29.8.10

Hitler, o melhor general de Stalin
por Paulo Diniz Zamboni em 02 de fevereiro de 2003.
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Resumo: Recente artigo publicado pela revista Veja aborda uma das inúmeras atrocidades esquecidas da Segunda Guerra Mundial que tiveram como protagonistas os ex-aliados dos nazistas, os soviéticos.
© 2003 MidiaSemMascara.org
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Recentemente, a Revista Veja publicou um artigo sobre o escritor alemão Günter Grass, e sua nova obra, onde descreve o afundamento de um navio de passageiros alemão no Mar Báltico durante a Segunda Guerra Mundial, no qual morreram mais de cinco mil pessoas.
Interessante essa nota, pois revela uma das inúmeras atrocidades esquecidas da Segunda Guerra Mundial que tiveram como protagonistas os ex-aliados dos nazistas, os soviéticos. Por outro lado, serve para confirmar que o monopólio da verdade, infelizmente, ainda continua com a esquerda. Isso porque Grass é um notório socialista, cujo passado nazista não atrapalha nem um pouco a credibilidade de suas idéias. Só para comparar, recentemente um historiador alemão lançou um livro onde acusa Winston Churchill de ter deliberadamente ordenado os ataques aéreos sobre alvos civis na Alemanha, o que transformaria Churchill num mero criminoso de guerra.
Muito pior foi a atitude do presidente dos EUA, Roosevelt, ao permitir que o conflito tomasse rumos que acabaram premiando o sanguinário ditador soviético, que quase perdeu seu império devido ao golpe de seu então aliado, Adolf Hitler, ao ordenar a invasão da URSS em 1941. Mas, como que se redimindo da traição ao ditador soviético, o líder nazista adotaria posturas na guerra contra a URSS que beneficiariam amplamente Stalin.
O que poucas pessoas sabem é que a imensa derrota imposta pelo Exército Vermelho aos alemães, tanto em solo russo quanto na Europa Oriental, teve como um dos seus principais arquitetos ninguém menos do que Adolf Hitler. E possível chegar a tal conclusão baseando-se nas circunstâncias que envolveram as maiores batalhas travadas na Frente Oriental, Moscou (1941), Stalingrado (1942-43) e Kursk (1943). Pelos dados disponíveis sobre essas três batalhas decisivas, é perceptível que se não fosse a imensa ignorância e prepotência de Hitler na condução das operações militares, dificilmente o Exército Vermelho teria alcançado as vitórias que conseguiu e, conseqüentemente, ocupado todo o leste europeu.
É fora de questão que o regime nazista seria vencido e destruído pelos aliados, especialmente se levarmos em conta que os recursos dos Estados Unidos eram infinitos, e que os norte-americanos também tinham, na bomba atômica, uma arma definitiva. Mas que a tarefa de derrotar os alemães foi imensamente auxiliada pela inabilidade com que Hitler conduzia a guerra contra a URSS, tanto no campo de batalha, quanto no front político e no setor de contra-informações, isso é fora de questão, e uma amostra de como o regime nazista funcionou como perfeito “quebra-gelo” para as ambições de Joseph Stalin.
Uma análise dos fatos demonstra que:
1 - nas semanas seguintes ao ataque alemão a URSS, em julho de 1941, as derrotas impostas aos exércitos russos foram de magnitude jamais vistas na história mundial. A um custo ridículo em termos de vidas humanas, os alemães chegaram até as portas de Moscou, e capturaram mais de 3 milhões de soldados russos, além de imensas quantidades de armas e equipamentos, que virtualmente despojaram os soviéticos de recursos para resistir. A situação era tão crítica, que entre os meses de agosto e outubro de 1941, os soviéticos tentaram pelo menos duas negociações de paz secretas com os alemães. A primeira delas, conforme dados revelados pela BBC, no documentário “A Guerra do Século,- Uma nova esperança” teria sido entabulada a mando do chefe da NKVD (polícia secreta soviética), Lavrenti Beria. A segunda tentativa ocorreu em outubro, após a gigantesca derrota dos soviéticos em Viazma-Brianski, tendo sido ordenada pessoalmente por Joseph Stalin. Ambas as propostas de paz incluiriam a entrega de consideráveis parcelas do território russo aos alemães, em troca de um acordo de paz que permitisse ao governo de Stalin sobreviver. Em comparação, nessa mesma época a Inglaterra, apesar da imensa vantagem que os alemães apresentavam em termos de poderio militar, não tencionava fechar qualquer tipo de acordo de paz em separado com o regime nazista.
Entretanto, o ditador nazista ordenou um avanço para a capital soviética, Moscou, em meio ao inverno que chegou cedo naquele ano. Sem material para o frio, cansados, e com pouca munição, os alemães deram uma excelente oportunidade de contra-ataque aos soviéticos, que a aproveitaram, embora não da forma como poderiam ter feito.
Nesse meio tempo, a terrível guerra de guerrilhas travada pelos comunistas soviéticos contra os alemães já atingia níveis violentíssimos, com atrocidades incríveis sendo cometidos de ambos os lados. Também nesse caso, Adolf Hitler foi responsável pelo fortalecimento do regime de Stalin, pois a manutenção e ampliação, pelos nazistas, da exploração a que eram submetidos os camponeses russos, anularam completamente a possibilidade de cooperação da população russa e ucraniana que existia nos primeiros meses do ataque alemão. As represálias utilizadas pelos alemães contra os civis em virtude dos ataques guerrilheiros também alienavam a população. Em áreas onde não se empregaram represálias coletivas e a população foi melhor tratada, a aceitação aos alemães foi boa.
2 - na segunda metade de 1942, os alemães novamente estavam na ofensiva e como no ano anterior, desfrutavam de superioridade tática e dessa vez boa vantagem numérica, pois além das enormes perdas sofridas em 1941, os russos haviam desperdiçado suas forças nos sul da Rússia numa fracassada ofensiva contra as posições alemãs na cidade de Kharkov no verão de 1942, ataque esse ordenado por Stalin. Resultado: a perda de mais de 300 mil homens e muito equipamento, o que virtualmente deixou sem defesa o sul da Rússia. Os alemães, aproveitando-se disso, lançaram sua ofensiva de verão, cuja retaguarda seria fixada na cidade de Stalingrado, para então atacar o alvo principal de toda a operação: a região petrolífera do Cáucaso.
Pelos efetivos disponíveis e vantagens táticas que dispunham na região, e a desmoralização em que se encontravam os soviéticos no sul da Rússia, era muito provável que os alemães atingissem esses objetivos, relativamente modestos em comparação com os de 1941. Mas como havia acontecido em Moscou, Hitler mais uma vez inverteu as prioridades, e ao invés de simplesmente bloquear a cidade de Stalingrado, decidiu ocupá-la totalmente. A partir daí uma sangrenta guerra de atrito foi travada dentro e ao redor da cidade durante vários meses, consumindo recursos humanos e materiais em escala monstruosa, sem que uma vitória fosse alcançada pelos alemães. As baixas foram imensas: os alemães tiveram 140 mil mortos na batalha, número baixo se comparado com as perdas soviéticas: acima de 1 milhão de homens, entre mortos e feridos, sendo que esqueletos de soldados russos são encontrados nos arredores da cidade até hoje.
Para cobrir as perdas sofridas durante a luta pela cidade, os alemães retiravam tropas e material das forças que avançavam pelo Cáucaso, até paralisar totalmente a ofensiva na região, cuja ocupação era o alvo de toda a campanha alemã na Rússia naquele ano. Vários analistas militares, ao longo das últimas décadas, são unânimes em afirmar que se os soviéticos perdessem o petróleo caucasiano, que respondia por 80% da produção da Rússia na época, dificilmente o Exército Vermelho poderia ter mantido sua capacidade combativa e as indústrias bélicas que forneciam seu equipamento teriam sua produtividade comprometida seriamente.
Pela segunda vez, os resultados de uma decisão errônea tomada por Hitler causaram um prejuízo avassalador sobre seus exércitos na URSS. Além da perda de centenas de milhares de homens até meados de 1943, os alemães e seus aliados também deixaram escapar a oportunidade de conquistar o petróleo russo, e principalmente, tirar proveito da debilidade do Exército Vermelho. Nos primeiros meses de 1943, ao contrário do ano anterior, os soviéticos foram capazes de mobilizar melhor suas forças, recrutando novos exércitos, sem contar que as indústrias de armas na Sibéria, após superarem as dificuldades para serem reinstaladas na região, normalizaram a produção, abastecendo as tropas russas com enormes quantidades de material bélico, dando-lhes grande poder ofensivo. A vitória sobre as tropas do Eixo na região do rio Volga também favoreceu o moral do Exército Vermelho, que começou o ano de 1943 na ofensiva.
3 - os avanços russos continuaram em janeiro e fevereiro, e novamente o exército soviético decidiu atacar a cidade ucraniana de Kharkov. Os alemães, entretanto, conseguiram deter a ofensiva e contra-atacar, causando séria derrota aos russos. Após essa batalha, as operações na frente oriental foram suspensas durante dois meses, devido ao período de degelo. Uma análise da situação na época permitia chegar à conclusão que as forças alemãs na URSS, embora desgastadas, ainda eram fortes e mantinham boas posições defensivas, além de vantagens táticas consideráveis, que se fossem bem exploradas, poderiam levar a guerra no leste a um impasse. Diante disso, os principais generais alemães na Rússia defendiam que o mais adequado seria esperar o ataque soviético, recuando em ordem, e quando os russos estivessem estendidos ao máximo, golpeá-los com toda a força, exatamente como haviam feito na recente vitória em Kharkov. Essa tática tinha boas chances de resultar em vitórias locais consideráveis, pois as tropas soviéticas, embora numerosas e bem armadas, levavam sérias desvantagens frente a adversários com liberdade de ação e treinamento superior. Na realidade a situação estava equilibrada, e as perspectivas da luta ainda eram tão boas para os alemães, que Stalin, pela terceira vez na guerra, tentou estabelecer contato com o governo nazista no sentido de obter um acordo de paz.
Porém, Hitler precipitou os acontecimentos quando, em 05 de julho de 1943, as melhores forças de todo o exército alemão atacaram as posições soviéticas fortificadas em torno da cidade russa de Kursk. Foi uma batalha relativamente curta (menos de 20 dias) mas que incapacitou permanentemente as tropas blindadas alemãs, que perderam centenas de tanques durante a luta, travada em meio a gigantescos campos minados, armadilhas para tanques, trincheiras, valas, canhões antitanques e ninhos de metralhadora soviéticos que dizimaram os atacantes. O serviço de inteligência alemão havia prevenido Hitler do que aguardava as tropas alemãs, mas mesmo assim o ditador ordenou o ataque. Os soviéticos, embora perdendo mais homens e material que os alemães, dessa vez não recuaram, e contavam com reservas muito grandes, o que lhes permitiu lançar uma poderosa contra-ofensiva. Além disso, num episódio que demonstra a fantástica incompetência do setor de contra-informações de Hitler, desde o início Moscou sabia de tudo que os alemães pretendiam, pois havia uma rede de espiões comunistas agindo dentro dos círculos político-militares alemães, conhecida como “Orquestra Vermelha”, que mantinha o Kremlin a par de todos os movimentos de Berlim. Essa rede atuou durante anos na Alemanha, dando grande vantagem estratégica aos soviéticos. Aliás, os rumos da campanha de verão foram decisivamente influenciados pela atuação dos espiões soviéticos, pois se dependesse da vontade inicial de Stalin, novamente os soviéticos teriam tomado a iniciativa de atacar, exatamente como os oficiais alemães na Rússia haviam previsto que aconteceria, e os resultados poderiam ter sido desastrosos para os russos.
Com a perda de suas últimas reservas estratégicas, os alemães começaram a recuar, cedendo não apenas espaço, mas também recursos materiais e humanos aos soviéticos, que se fortaleciam dia-a-dia. O avanço russo só iria parar em Berlim, e foi possível porque Adolf Hitler, na sua megalomania inacreditável, não conseguia enxergar as realidades estratégicas, políticas e militares, da luta na Rússia. A absurda condução que Hitler dava à guerra contra os soviéticos só iria aumentar no ano de 1944, culminando com a destruição das tropas alemãs que formavam o “Grupo de Exército Centro”, no maior desastre militar de todos os tempos para a Alemanha, quando, em cerca de um mês de combates, os alemães sofreram mais perdas do que durante toda a batalha por Staligrado, que durou mais de 6 meses.
Portanto, se considerarmos os erros e acertos do ditador Joseph Stalin durante os anos decisivos da luta na Frente Oriental, 1941-43, indubitavelmente a maior vantagem de todas foi a sorte de ter como adversário um tirano psicótico e arrogante como Hitler, que conseguiu trazer para dentro da Europa o regime de Stalin, obtendo êxito onde os comunistas haviam fracassado durante décadas de conspirações e terrorismo, motivo pelo qual merece indubitavelmente, o título de melhor general do déspota do Kremlin.
O autor é formado em história.

Nota.
Artigo tirado do Mídia Sem Mascara (
http://www.midiasemmascara.org/), antes de ser alterado.
Estava nesta página (
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=240), que agora está desactivada.

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Adolf Hitler Founded Israel

3 comentários:

Diogo disse...

Hitler não queria ganhar a guerra.

Carlos disse...

Concordo.
Não foi para ganhar a guerra que os banqueiros lhe deram o apoio.
Ajudou Estaline a consolidar-se no poder, a criar o estado de Israel, a criar a ex-URSS e a destruir a Alemanha para depois poder-lhe ser imposta a governação por alienígenas, a ONU.
Já anteriormente a Alemanha tinha ajudado económicamente a revolução Bolchevique, e também na cooperação militar, etc.

Uma pergunta que surge com o Livro do sr Hennecke Kardel, Adolf Hitler The Founder of Israel e com este do sr Edwin Black, The transfer agreement; Afinal estão a contar-nos toda a história, a razão, sobre a construção os campos de concentração?

Carlos disse...

Caro Diogo
Haavara (Transfer) Agreement
http://en.wikipedia.org/wiki/Haavara_Agreement

Entrevista com o autor.
1 - http://www.youtube.com/watch?v=Rk24LXer8kw&feature=channel
2 - http://www.youtube.com/watch?v=2M7SA44Z0ro&feature=channel
3 - http://www.youtube.com/watch?v=Alnhw60V3jM&feature=channel
4 - http://www.youtube.com/watch?v=amyd9-qkvFM&feature=channel
5 - http://www.youtube.com/watch?v=a6uzXrvXxJA&feature=channel
As reparações foram calculadas em 1938 (8:08)
Sobre o boycot é muito interessante o que diz ao longa da entrevista.
Etc

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