18.2.11

“Rendeiro pedia 4 milhões, tribunal só dá 25 euros.”
“Porém, o credor 5.647, a sociedade Zenith SGPS, criada em Maio de 2004 e presidida por João Rendeiro, que reclama uma dívida de 31,8 milhões de euros junto do BPP, viu ser reconhecido pela mesma comissão um montante superior em mais de 3 milhões de euros ao que era pedido, ascendendo a um total ligeiramente superior a 35 milhões de euros.”
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=11980

Tem sido apelada às emoções das pessoas, com mais incidência sobre os investidores mais pequenos, de que não tiveram culpa ou responsabilidade sobre o que aconteceu ao banco, à sua gestão e por isso devem ser indemnizados.
É uma meia verdade para atingir um objectivo diferente.
Perguntemos então o seguinte; O que teria acontecido se tudo tivesse corrido bem e eles tivessem lucrado com o investimento que fizeram? Teriam distribuído os lucros obtidos por todos o portugueses? Não, como é óbvio.
Então porque razão devem agora todos os portugueses suportar os prejuízos que o seu investimento teve? Não há nenhuma razão.
Quem investe corre um risco, por vontade própria, e colhe um lucro.
A razão prende-se com a imagem, credibilidade, da banca, do sistema vigente. E é aqui que os governantes e companhia lda, demonstram para quem trabalham, ou quem temem.
Os eleitos, que deviam decidir a favor, em benefício, no interesse da maioria, decidem contra os interesses dos eleitores, em benefício de uns poucos, manipulando a opinião e sentimentos, para legitimar as suas decisões.
Torna-se evidente que a banca pode sempre continuar a oferecer investimentos com retorno garantido. Em último caso todos os portugueses, pagarão o investimento, sem risco, só com lucro, benefício, “embora à partida, o risco, até possa não ser (o) previsto”.
Outro problema que surge com esta forma de salvar a banca, é a perpetuação deste sistema que não é nem justo nem honesto* e que promove por parte desta, a dependência e controle.
Se devo ter pena dos pequenos investidores que perdem muitas das suas economias, porque quiseram, legitimamente, obter mais lucro/rendimentos e para isso correram riscos, não devo ter pena daqueles que, mesmo com ordenados muito pequenos, vão ter de suportar com mais esta despesa, no qual não têm também qualquer responsabilidade, não quiseram sequer correr qualquer risco, muitos nem posses têm, para esse luxo?
É a individualização dos lucros, a colectivização/socialização dos custos/prejuízos e o branqueamento deste sistema, seus criadores e apoiantes.
Dirão alguns que se não se tivesse salvo a banca, teria sido muito pior. Pois bem. Façamos a experiência para confirmar.
Na pior das hipóteses (também posso fazer futurologia) ficaríamos mais conscientes de que banca não é sinónimo de rectidão, integridade e também de que este sistema não é bom.
Se o lucro é individual, o prejuízo é individual. Se o lucro é colectivo, o prejuízo é colectivo.
Porque os respectivos “organismos” que deviam acautelar o bom funcionamento, não cumpriram as suas funções, o prejuízo deve ser colectivo. Errado. O colectivo também não tem culpa. Este argumento é livrar os seus responsáveis de não terem cumprido as suas obrigações contratuais.
Quem investe deve saber, tem essa obrigação, em que condições arrisca. Faz parte do risco de investir. Uma delas é saber que não são os governantes que dominam o poder económico, mas sim o contrário.

*Para além de outros benefícios, a banca, usufrui duma taxa de IRC bastante mais pequena, que as micro, pequenas e médias empresas.
Benefícios que todos nós somos abrigados a conceder, por imposição dos nossos governantes.
Mesmo assim; “Ex-quadros do Santander põem a nu esquema para reduzir factura fiscal.”
“Reduzir factura fiscal”, no caso do cidadão anónimo, chama-se, fuga ao fisco.
http://economia.publico.pt/Noticia/exquadros-do-santander-poem-a-nu-esquema-para-reduzir-factura-fiscal_1480733
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2 comentários:

Diogo disse...

“Porém, o credor 5.647, a sociedade Zenith SGPS, criada em Maio de 2004 e presidida por João Rendeiro, que reclama uma dívida de 31,8 milhões de euros junto do BPP, viu ser reconhecido pela mesma comissão um montante superior em mais de 3 milhões de euros ao que era pedido, ascendendo a um total ligeiramente superior a 35 milhões de euros.”

Porquê?

Carlos disse...

Caro Diogo
Também gostaria de saber qual ou quais os fundamentos dessa decisão.

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