24.5.06

A Autoridade da Concorrência vai criar uma espécie de via rápida para as operações de concentração. A medida, que tem como objectivo acelerar processos de fusão e aquisição de empresas, vai ser anunciada amanhã pelo presidente da Autoridade da Concorrência, Abel Mateus,...”
Expresso 24-05-06
A autoridade da concorrência quer menos concorrência? Quer monopólios?

22.5.06

Segundo parece gastou-se 56 milhões de euros nas campanhas autárquicas de 2005.
Sendo Portugal um país pobre é no mínimo um absurdo, porque os benefícios que advêm deste “investimento” são muito baixos (a história assim o prova, à volta de 76 autarcas se não me engano a braços com os tribunais, para não falar de outras coisas).
Fico com forte impressão que a única coisa que estes gastos (desperdícios) favorecem é o alterne democrático.

15.5.06


A propósito das declarações do Presidente iraniano, Mahmud Ahmadineyad, que garante que Israel «vai desaparecer um dia», e desta reportagem;

Lembrei-me que é uma probabilidade, mas, não deverá ser a única.
Ao longo da história muitos países deixaram de existir e muitos outros apareceram.
Veja-se o caso actual de Portugal que tem para aí um ministro, o sr Iberista Bacoco Confesso, que anda a ver se prepara o terreno para que este país, democráticamente, deixe de existir como nação. Claro que estes trabalhinhos traiçoeiros não são solitários, e, se o sr Primeiro ministro não o demitir, estará a ajudá-lo. Mas, não foi também para isso que ele foi eleito?

3.5.06

Funcionários públicos
...Outra das disposições aprovadas diz respeito às faltas, passando a ser considerada "falta ao plenário" qualquer ausência de um deputado no período de votações. Em relação aos deputados que invocam "trabalho político" para faltarem ao plenário ou às votações, terão de passar a concretizar que trabalho político foi esse. Os deputados que não o fizerem irão ser substituídos nessa tarefa pela sua liderança de grupo parlamentar, que assim se irá colocar no papel de validar ou não o "trabalho político". ... D.N. 03-05-06
-Quando os chavalos se portam mal têm de passar por estas vergonhas, para ver se ganham dignidade, respeito, responsabilidade, etc.
-Claro que isto é só para Inglês ver, não há compincha que não aceite a justificação.

1.5.06

A comédia do Estado bisbilhoteiro
João César das Neves
Professor universitário
O nosso tempo pode ser muito cómico, até no meio das dificuldades. Portugal está em crise e boa parte dela vem do Estado. Há problemas gravíssimos na saúde, educação, justiça, finanças. As causas são variadas, mas uma razão é paradoxal: o sector público não faz o que é da sua conta porque anda a fazer o que é da nossa.

Pagamos uma fortuna todos os anos ao Sistema Nacional de Saúde para tratar as doenças, dar consultas, cuidar enfermos; ele não faz isso bem, mas ocupa-se a proibir o fumo. Nós dedicamos muito dinheiro às forças de segurança para prenderem os ladrões e protegerem os cidadãos; em vez disso andam a discutir umas décimas no grau de alcoolemia. Nós esbanjamos milhões no Ministério da Educação para ensinar os miúdos a ler, escrever e contar; em vez disso, dedica-se a congeminar educação sexual. O Ministério das Finanças arruína o País com os seus gastos, mas anda muito preocupado com o sobreendividamento das famílias.
Há umas décadas, quem tratava destes assuntos - tabaco, vinho, sexo, poupanças - eram as tias velhas e beatas. Sendo assuntos do foro pessoal, só algumas bisbilhoteiras se atreviam a comentá-los. Nessa altura, sem pachorra para aturar os ralhetes gongóricos, repudiaram-se as abelhudas moralistas. Passou a viver-se de forma desinibida e emancipada, participando numa sociedade livre e tolerante, que respeitava o indivíduo. Esta foi a grande vitória cultural de meados do século passado.
Rodaram os anos e as coisas regressaram à caricatura do que tinham sido. Agora entregámos os mesmos assuntos, que continuam do foro privado, aos burocratas, polícias, cientistas, fiscais. Já não temos de ouvir sermões edificantes ou censuras enfatuadas, mas somos forçados a suportar inspecções policiais, pagar multas, cumprir regulamentos incompreensíveis, aturar supostos especialistas e estudar manuais escolares sobre esses temas. E chamamos à nossa uma sociedade livre e sem tabus, avançada e descomplexada.
A verdade é que vivemos um moralismo legal mais asfixiante e petulante que qualquer teocracia da Antiguidade. Os decretos ministeriais metem o nariz em tudo, do brinde do bolo-rei aos galheteiros nos restaurantes, dos coletes retrorreflectores nos carros aos locais de piquenique. Os menores detalhes da vida privada estão estatuídos em leis, códigos, despachos. A grande parte dos debates políticos da sociedade actual ocupa-se, não de problemas públicos, mas da vida íntima. Num tempo que se julga livre de dogmas e censuras, o grande tema de partidos, deputados, portarias são os hábitos e costumes, o conforto e intimidade, os valores e opções. Não há paralelo na História para esta ditadura moral, nem sequer na república florentina de Girolamo Savonarola. Chegámos ao paroxismo de governos, baseados em maiorias ocasionais, se acharem com direito a redefinir conceitos milenares, como casamento e família, vida e morte.
Como foi possível esta evolução? Como se entende que os ideólogos da sociedade aberta estejam a repetir, em pior, a atitude que mais repudiam? Há várias justificações para este paradoxo. A primeira vem do facto de, enquanto as velhas beatas estavam interessadas no bem--estar daqueles a quem ralhavam, hoje o Estado diz preocupar-se com terceiros. O motivo da lei não é a limitação da liberdade individual, mas os fumadores passivos, os acidentes rodoviários, a gravidez indesejada, o ambiente poluído, o desequilíbrio financeiro nacional.
Isso quer dizer que numa sociedade aberta é possível ser moralista e constranger as pessoas se a preocupação for com outros. A falácia está precisamente aí. A lei proíbe o fumo, mesmo se os fumadores passivos não se incomodarem ou sequer lá estiverem. O planeamento familiar e educação sexual podem impor um comportamento moral, se for sob capa de resultado científico. Há um outro elemento curioso. O moralismo estatal de hoje julga-se progressivo porque defende o contrário do que diziam as antigas beatas. O que elas repudiavam é hoje recomendado, enquanto se proíbe aquilo que toleravam. O nosso Governo moralista facilita o divórcio e pornografia, protege os toxicodependentes e endividados. O que ele reprime violentamente é o copito a mais ao jantar, um bom charuto no bar, o lixo nas matas, o sexo sem preservativo. Isso é que são atitudes infames, inaceitáveis, que o nosso tempo tolerante não pode tolerar.Uma coisa é evidente: as gerações futuras vão-se fartar de rir de nós.
D.N.

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